Sangramento na menopausa: causas e formas de tratamento - Drª Flávia Tessarolo

Sangramento na menopausa: causas e formas de tratamento


Entre as diversas mudanças e acontecimentos que podem ocorrer na vida de uma mulher durante a menopausa, o sangramento, apesar de poder assustar à primeira vista, pode ser resultado de processos naturais do corpo, como a atrofia do endométrio, ou indicativo de situações mais graves, como um possível câncer.

São várias as causas, das benignas às malignas.  

Mais importante do que identificá-las, é saber também como tratá-las. 

Pensando nisso, preparei esse conteúdo com as principais causas e formas de tratamento do sangramento nesta significativa fase da vida de uma mulher. 

Continue lendo para saber mais!

1) Pólipos de endométrio

Os pólipos endometriais são nódulos benignos – somente em 5% dos casos são malignos – que se formam no revestimento interno do útero, o endométrio. 

Eles variam em tamanho, podendo ser pequenos ou grandes (de 5mm a até 3 cm), e com frequência causam sangramento vaginal irregular durante a vida reprodutiva da mulher ou no pós-menopausa.

O tratamento envolve a remoção desses pólipos, geralmente através de um procedimento minimamente invasivo chamado histeroscopia, que permite a visualização e remoção dos mesmos. 

Em alguns casos, medicações podem ser prescritas para ajudar a reduzir os sintomas e evitar o surgimento de novos pólipos.

2) Miomas

Os miomas costumam ocorrer, em maior frequência, na fase reprodutiva da vida de uma mulher – ou seja, antes da menopausa

No entanto, também podem ocorrer durante a condição, trazendo dor pélvica, sangramento e pressão na bexiga ou intestino.

Como os pólipos, os miomas são tumores benignos que se desenvolvem no músculo uterino. Seu tratamento varia do uso de medicações à cirurgias para remoção, conhecidas como miomectomia. 

Também é possível fazer uma embolização das artérias uterinas, que corta o suprimento de sangue para os miomas, fazendo-os encolher. 

3) Hiperplasia endometrial

O nome hiperplasia já adianta que, quando ela acontece no endométrio, na hiperplasia endometrial, ela resulta em um crescimento excessivo deste revestimento interno do útero. 

Ela ocorre, geralmente, pelo excesso de estrogênio sem a oposição adequada de progesterona, que também pode estar em falta. 

Ambos, estrogênio e progesterona, são hormônios femininos – o primeiro é o hormônio da vitalidade da mulher, que está relacionado ao desenvolvimento de características femininas; o segundo voltado para a preparação do organismo para a gestação, além de se opor ao efeito do estrogênio no endométrio. 

O tratamento da hiperplasia endometrial pode incluir a administração de progesterona, que vai equilibrar os níveis hormonais e reduzir o espessamento do endométrio. 

Em casos mais graves ou persistentes, pode ser necessária a remoção do útero como forma de prevenção ao aparecimento de câncer.

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4) Dose elevada de estradiol

Doses elevadas de estradiol, que podem, inclusive, serem resultantes de uma terapia hormonal da menopausa (THM) mal equilibrada, podem causar hiperplasia endometrial e sangramento irregular durante a menopausa

Neste caso, seu tratamento não tem muito segredo: é ajustar a dosagem de acordo com as necessidades da paciente e monitorar de perto a espessura do endométrio na ultrassonografia endovaginal, prevenindo possíveis complicações.

5) Atrofia do endométrio

A atrofia do endométrio ou “endométrio fino” ocorre quando o revestimento uterino se torna muito fino devido, principalmente, ao uso prolongado de anticoncepcionais. 

Na menopausa, não é mais necessário usar anticoncepcionais, como sabemos.

Durante esse período, o que ocorre é que o tecido que reveste o útero se torna tão fino que alguns dos vasos sanguíneos superficiais ficam expostos, resultando em pequenos sangramentos ocasionais e desconforto vaginal. 

Geralmente, isso não é motivo de preocupação, pois é uma mudança natural na vida da mulher. 

No entanto, o uso de lubrificantes e hidratantes vaginais pode ajudar a aliviar os sintomas de ressecamento e desconforto, e a dose adequada de estradiol e progesterona na terapia hormonal da menopausa corrige o problema.

6️) Adenomiose

A adenomiose é uma condição em que o tecido endometrial cresce dentro do músculo uterino, o miométrio, causando inflamação, sangramento intenso e dor. 

Esta condição pode ser difícil de diagnosticar, pois os sintomas são semelhantes aos de outras condições médicas.

Já quando falamos de tratamento, nesse caso, podemos incluir medicamentos para reduzir o sangramento e a dor e, em casos graves, cirurgias para remover parte do tecido ou todo o útero.

7) Câncer de endométrio

Por fim, o câncer de endométrio é uma das últimas causas de sangramento na menopausa

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 6.600 novos casos deste tipo de câncer são descobertos todos os anos. 

O câncer de endométrio se desenvolve no revestimento interno do útero e costuma ser causado por um excessivo crescimento das células do endométrio. 

O tratamento geralmente envolve cirurgia para remoção do útero associada com radioterapia, quimioterapia ou terapia hormonal, dependendo do estágio e da gravidade do câncer.

Como qualquer câncer, a detecção precoce é fundamental para o tratamento eficaz e a melhora do prognóstico.

E quando o sangramento ocorre durante a THM? 

O sangramento durante a Terapia Hormonal da Menopausa (THM) pode ser causado por esses fatores que causam sangramento durante a menopausa em si. 

Ele pode ocorrer nos primeiros 6 meses da terapia, que é uma fase de adaptação.

Se a mulher estiver com o esquema de progesterona continua, a tendência é não sangrar depois de 6 meses.

Se o sangramento persistir, deverá ser investigado.

Em muitos casos, não encontramos lesões que justifiquem o sangramento e a mudança do esquema de reposição pode resolver o problema.

Converse sempre com seu médico!

Para finalizar 

Agora que você já sabe tudo sobre o sangramento na menopausa, suas principais causas e formas de tratamento, compartilhe essa informação com quem também precisa saber. 

Você pode copiar e enviar o link para a pessoa ou clicar em qualquer um dos botões abaixo, de compartilhamento nas redes sociais Facebook, X (antigo Twitter) e Linkedin. 

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