Mito ou verdade: tireoide dói? - Drª Flávia Tessarolo

Mito ou verdade: tireoide dói?


Uma das dúvidas mais recorrentes que recebo no meu consultório é se a tireoide, glândula responsável pela produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), doi. 

No post de hoje, eu respondo a essa e a outras questões relacionadas a ela. 

Continue lendo para saber mais!

O que é a tireoide 

Como sabemos, a tireoide é uma glândula endócrina em forma de borboleta, que se localiza na parte anterior do pescoço, logo abaixo do pomo de Adão, popularmente conhecido como “gogó”.

Responsável pela produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), como dito anteriormente, ela atua em todos os sistemas do nosso organismo, bem como no crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes, e no nosso metabolismo como um todo.

Afinal, a tireoide doi?

Muitas pessoas acham que a dor na tireoide pode vir de condições como o hipotireoidismo, o hipertireoidismo e a Tireoidite de Hashimoto.

Mas esta não é uma verdade. 

A realidade é que, sim, a tireoide pode doer, mas não nessas condições e nem na maioria delas. 

As possibilidades de dor só acontecem em dois tipos de tireoidite: a aguda e a subaguda. 

Veja abaixo!

Explicando a tireoidite

A tireoidite, como tudo que apresenta o sufixo “ite”, se dá por uma inflamação da tireoide.

Tireoidite aguda

A tireoidite aguda é uma rara infecção bacteriana da tireoide, que pode ocorrer em pacientes imunodeprimidos, ou seja, com redução da imunidade, como, por exemplo, aqueles em tratamento para câncer, portadores de HIV ou que utilizam medicamentos imunossupressores. 

Além da dor, calor e aumento de volume do pescoço, na tireoidite aguda, ocorre febre alta e calafrios. 

Diagnóstico e tratamento

Essa condição pode ser grave e evoluir rapidamente, exigindo diagnóstico imediato que pode ser confirmado por meio de exames clínicos, exames de sangue (elevação de leucócitos e PCR), ultrassonografia com doppler e, em alguns casos, aspiração de material com agulha fina (PAAF) para análise microbiológica.

Já o seu tratamento envolve o uso de antibióticos de largo espectro, anti-inflamatórios e, se necessário, drenagem cirúrgica de abscessos. 

A resposta rápida ao tratamento é essencial para evitar complicações como sepse ou disseminação da infecção.

Tireoidite subaguda

Já a tireoidite subaguda é outro tipo de tireoidite que pode causar dor na tireoide. 

Ela geralmente ocorre durante ou após uma infecção viral, como as causadas por adenovírus, influenza ou, mais recentemente, o SARS-CoV-2 (Covid-19). 

Os pacientes se queixam de dor na parte anterior e inferior do pescoço, que fica muito sensível ao toque e pode irradiar para a mandíbula, ouvidos e cabeça.

Nesta condição, sintomas de hipertireoidismo podem ocorrer, como palpitações, tremores, insônia, agitação e sudorese excessiva. 

Isso acontece porque, com a inflamação da tireoide, há um “derramamento” transitório dos hormônios tireoidianos (T3 e T4) no sangue, levando a uma fase de hipertireoidismo temporário.

O hipotireoidismo temporário, que pode evoluir para hipotireoidismo, pode ser caracterizado por sintomas como fadiga, ganho de peso, queda de cabelo, pele seca e intolerância ao frio. 

Em alguns casos, esse hipotireoidismo pode se tornar permanente, embora a maioria dos pacientes se recupere completamente em semanas ou meses.

Diagnóstico e tratamento

Embora não seja a causa mais frequente de dor no pescoço, a tireoidite subaguda deve ser considerada no diagnóstico diferencial dessa queixa, especialmente em pacientes que tiveram infecções virais recentes.

O diagnóstico é feito com base nos sintomas, exames laboratoriais (níveis elevados de T3/T4 e baixa captação no exame de cintilografia) e ultrassonografia, que mostra sinais típicos de inflamação.

O tratamento inclui o uso de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) para controle da dor e inflamação, e, em casos mais graves, corticóides. 

Betabloqueadores, como o propranolol, também podem ser usados para aliviar os sintomas de hipertireoidismo transitório.

A recuperação completa é comum em 90% dos casos, geralmente sem sequelas, desde que o tratamento seja iniciado adequadamente.

Veja também: Doenças da tireoide: 5 maneiras de previní-las

Para finalizar 

Agora que você já sabe tudo sobre os casos e condições clínicas onde a tireoide pode doer (e entendeu que esta é uma verdade!), mande esse conteúdo para quem também precisa saber.

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Muito obrigada pela leitura até aqui e até o próximo post!