HPV na menopausa: mulheres maduras também correm o risco de contrair o vírus
No início de abril, o Ministério da Saúde passou a adotar a dose única no esquema de vacinação contra o HPV.
Desta maneira, a pasta conseguiu dobrar a sua capacidade de imunização com os estoques do Brasil, melhorar a sua logística, e conscientizar ainda mais a população na proteção contra o papilomavírus humano, contra o câncer de colo de útero, que pode ser ocasionado por ele, dentre outras complicações relacionadas.
As notícias relacionadas à vacinação, inclusive, não param de sair.
Basta “dar um Google” e ver, por exemplo, que a cidade de São Paulo ampliou a vacinação para jovens de 15 a 19 anos, ou que a vacina completou 10 anos sendo oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Em contrapartida, algo ainda pouco falado na mídia é sobre o HPV na menopausa.
Sim, as mulheres que estão passando por essa fase da vida podem contrair o vírus e se encontram até mesmo mais vulneráveis, podendo desenvolver outras doenças associadas, até mesmo do coração.
Vamos falar mais sobre este importante assunto?
Entendendo sobre o HPV
O HPV é a sigla para Human Papiloma Virus ou papilomavírus humano em inglês.
Transmitido por contato direto com a pele ou mucosas infectadas por meio do sexo desprotegido, o vírus possui mais de 200 variações, algumas das quais podem causar verrugas orais e/ou genitais e outros tipos associados a cânceres, como o câncer de colo de útero, câncer vulvar, vaginal, peniano e até mesmo câncer de boca e garganta.
Apesar de poder ser evitado com o uso de preservativos e a vacina que comentei no início do texto, contraí-lo é muito comum, mas poucas pessoas falam sobre isso ou sabem que estão infectadas.
Isso acontece porque, muitas vezes, o vírus não apresenta sintomas, podendo um indivíduo ficar com ele no corpo por até 20 anos sem descobrir, até que se apresente algum sinal.
No entanto, a maioria das infecções, sobretudo em adolescentes, é resolvida pelo próprio organismo em um período de dois anos.
Ainda bem, né?
Continue no assunto: Câncer de mama e reposição hormonal: o que você precisa saber
Quais são os sintomas do HPV na menopausa
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 80% das pessoas sexualmente ativas serão infectadas pelo HPV em algum momento de suas vidas. O órgão também revela que 1 a cada 10 pessoas está infectada pelo vírus.
Número e porcentagem consideráveis, não é mesmo?
E, afinal, quais são os sintomas trazidos pela infecção ao vírus durante a menopausa, que, como você sabe, é aquela etapa da vida onde a mulher para de menstruar, geralmente entre os 45 e 55 anos?
No geral, eles não mudam só porque a mulher está na menopausa, sendo os mesmos para qualquer pessoa que contrai o HPV.
Nos genitais, podem ocorrer manchas visíveis, seguidas por ardência, coceira e a formação de placas, que ocorre quando várias verrugas se unem, culminando na presença de verrugas visíveis na área íntima.
Caso a mulher desenvolva o câncer de colo de útero na menopausa, os sintomas podem piorar e incluir, além disso, manchas de sangue ou sangramento vaginal a qualquer periodo do dia, em relações sexuais ou não, aumento do corrimento vaginal, dores nas costas, perda de peso e apetite, cansaço excessivo e até mesmo inchaço nas pernas.
Se você apresenta algum desses sintomas, procure um médico ou um serviço de saúde imediatamente.
Por que mulheres nessa fase da vida estão mais vulneráveis?
De acordo com a OMS, menos de 15% das mulheres em todo o país adotam alguma forma de prevenção contra o HPV ou o câncer do colo do útero.
Na menopausa, elas ficam ainda mais vulneráveis, pois muitas não possuem uma vida sexual ativa, o que faz com que relaxem com os cuidados, ou, ainda que sejam ativas sexualmente, acreditam que esse tipo de problema só acontece com as mulheres mais jovens e adolescentes.
Da mesma forma, estudos dinamarqueses da revista PLOS Medicine indicam que mulheres maduras pensam que, por estarem na menopausa, não precisam mais fazer exame de Papanicolau, teste de HPV ou de outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Mas a prevenção deve vir a qualquer idade e em qualquer fase da vida!
Quanto mais precocemente o vírus for detectado – e o consequente câncer, caso se desenvolva, seja ele qual for – maiores são as chances de tratamento e de cura.
Coração em risco
Já não bastasse tudo isso, o coração das mulheres na menopausa também pode estar em risco.
É o que mostra uma pesquisa contemplada no edital “Programa Pesquisa para o SUS: gestão compartilhada em saúde (PPSUS)”, do Governo do Estado do Maranhão, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) e a Secretaria de Estado da Saúde.
Segundo o estudo, ainda em andamento, mulheres na menopausa que são portadoras do HPV têm um risco aumentado de desenvolver lesões cardíacas, incluindo obstrução das artérias coronárias, o que pode resultar em infarto.
Entre as 71 pacientes avaliadas, o HPV foi detectado em 36,6% delas, e essa presença esteve significativamente correlacionada com a presença de doença coronária.
Especificamente na população de mulheres na menopausa estudada, o HPV demonstrou uma associação ainda mais evidente com a doença cardíaca.
A relação causal ainda está sendo estudada, mas vale, desde já, ficar atenta!
Para finalizar
Agora que você já sabe tudo sobre o HPV na menopausa, compartilhe essa informação com quem também precisa saber.
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