Por que o hormônio gestrinona não é recomendado pela SBEM? - Drª Flávia Tessarolo

Por que o hormônio gestrinona não é recomendado pela SBEM?


O hormônio gestrinona ganhou popularidade recentemente devido ao conhecido “chip da beleza”, um dispositivo que o liberava junto a outros hormônios e prometia ajudar no ganho de massa muscular, no emagrecimento e no ganho de energia. 

Entretanto, bem como esse “chip”, o uso do hormônio por si só, via implante, não é recomendado pelas autoridades de saúde competentes, e neste post eu te explico o porquê. 

Continue a leitura! 

O que é o hormônio gestrinona

O gestrinona é considerado um hormônio esteróide sintético da classe dos progestágenos, derivado da 19-nortestosterona e com características androgênicas, antiestrogênicas e antiprogestogênicas. 

Ao exercer função similar a um grupo de andrógenos encontrado naturalmente no corpo, ele também atua inibindo a liberação de gonadotrofinas pela glândula hipófise.

Como ele surgiu 

De acordo com o posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a gestrinona começou a ser estudada para tratamento da endometriose por via oral ao final dos anos 70. 

Apesar de seu registro, para tratamento da endometriose, por via oral, feito em 1996 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), “não existem estudos de segurança e eficácia do hormônio para tratamento de endometriose por uso parenteral (através de injeção), particularmente, por meio de implantes”, conforme afirma a nota.

Além disso, por ser um hormônio com ações anabolizantes, este também se encontra na lista de substâncias proibidas no esporte da World Anti-Doping Agency (WADA). 

Popularização com o “chip da beleza”

Como dito anteriormente, o “chip da beleza” foi algo que se popularizou há um tempo, em especial por conta de seu uso por celebridades. 

Junto dele, em sua formulação, havia a gestrinona, principalmente por conta de seus possíveis efeitos androgênicos, como diminuição de massa gorda, aumento de massa muscular e aumento de libido. 

Só que este uso e recomendação foi feito – e ainda o é até hoje – de forma errônea. 

Isso porque não existe mais registro de gestrinona pela Anvisa, pois viu-se que os seus efeitos colaterais superam os seus efeitos benéficos. A gestrinona nunca foi aprovada para o que se propõe o “chip da beleza” e ela entrou na lista de anabolizantes da Anvisa.

Fora isso, o uso de gestrinona, junto com outros hormônios ou de forma individual, traz efeitos colaterais e consequências graves para a saúde da mulher, como veremos a frente. 

Efeitos colaterais do hormônio gestrinona 

Os efeitos adversos do gestrinona são muitos e, geralmente, não é possível encontrá-los nem mesmo em bulas, tampouco sua aprovação junto a outros órgãos reguladores. 

Alguns dos mais conhecidos são: 

  • Crescimento de pelos
  • Aumento de acne
  • Aumento de oleosidade de pele
  • Queda de cabelo
  • Mudança de timbre da voz
  • Clitoromegalia (aumento do clitóris)
  • Aumento da pressão arterial
  • Redução do HDL, o “colesterol bom”
  • Aumento do LDL, o “colesterol ruim”

Afinal, existe alguma situação em que o uso do hormônio gestrinona é recomendado?

Se tudo que trouxemos até aqui ainda não foi o suficiente, agora chegou a hora de afirmar com todas as letras: em nenhuma situação o uso do hormônio gestrinona é recomendado. 

Implante de gestrinona não é uma opção terapêutica reconhecida e recomendada pela Endocrine Society (Sociedade de Endocrinologia Americana), pela North American Menopause Society (Sociedade Americana de Menopausa – NAMS), pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), e tampouco pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), seja para tratamento da endometriose, seja para fins estéticos ou aumento no desempenho físico.

Para finalizar 

Agora que você já sabe tudo sobre o hormônio gestrinona e o porquê dele não ser recomendado, compartilhe essa informação com quem também precisa saber. 

Você pode copiar e enviar o link para a pessoa ou clicar em qualquer um dos botões abaixo, de compartilhamento nas redes sociais Facebook, X (antigo Twitter) e Linkedin. 

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