Efeitos colaterais do xilitol realmente podem estar associados a eventos cardiovasculares?
Uma alternativa saudável e natural ao açúcar, o xilitol, um tipo de adoçante também conhecido como poliálcool ou álcool de açúcar, tem sido alvo de críticas após a publicação de um novo estudo que o relacionou a um maior risco de infartos e derrames.
Mas, será que essa história é verdade? Em quem acreditar?
Há motivo para alarde ou substituição do adoçante ou outros pontos devem ser considerados antes de tudo?
É o que veremos no post de hoje!
Acompanhe!
O que é o xilitol
O xilitol é um tipo de álcool de açúcar que é utilizado como um substituto do açúcar em diversos produtos alimentícios e de higiene bucal.
Comumente usado por quem está em tratamento de obesidade, para perda de peso, ou de diabetes, uma vez que possui o índice glicêmico baixo, o xilitol também apresenta 40% a menos de calorias e é encontrado, de forma natural, em frutas, legumes e verduras.
Comercialmente, ele é geralmente produzido a partir da casca de bétula ou do milho.
Quais podem ser os efeitos colaterais do xilitol
Quando consumido em excesso (e somente sob essas condições, é importante frisar), os efeitos colaterais cientificamente comprovados do xilitol incluem:
- Desconforto ou distensão abdominal
- Cólicas
- Diarreias
- Gases
Pessoas com doenças no intestino ou predisposição a elas, por exemplo, devem tomar cuidado ao substituir o açúcar pelo xilitol, pois, mesmo em quantidades menores, a substância pode fazer mal.
O que diz o estudo
O estudo, publicado no European Heart Journal no início de junho, acompanhou mais de três mil pessoas ao longo de três anos – e algumas delas tiveram um evento cardiovascular, como um derrame ou um ataque cardíaco, ao longo deste tempo.
Ao analisar este pequeno grupo, os pesquisadores descobriram que as pessoas envolvidas nele tinham alta concentração de xilitol no sangue e que o componente poderia fazer com que as plaquetas no sangue coagulassem.
Apesar disso, o estudo não apontou o xilitol como uma causa-consequência.
Ou seja: apesar da relação, ainda não é possível afirmar que é o xilitol que causa esses eventos cardiovasculares.
Para tanto, são necessárias muito mais pesquisas e estudos para se fazer uma comprovação/associação tão certeira como a que têm feito por aí.
Até porque, por ser encontrado em pequenas quantidades em frutas, verduras e legumes, mesmo o nosso corpo pode produzir um pouco de xilitol.
Qual a posição da SBD
Em publicação em seu site, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) da qual faço parte e atesto as afirmações, reforçou as vantagens do xilitol em comparação ao açúcar/sacarose, inclusive quanto ao aumento da sensação de saciedade.
Baseada nas evidências e informações trazidas pela própria pesquisa, a SBD explica, em nota que pode ser consultada aqui, que não houve um controle rígido na pesquisa, e que os seus resultados devem ser observados com cautela, sem generalizações.
Em estudos como esse, é preciso considerar a forma de administração da dose oferecida, as condições de saúde específicas e pré-estabelecidas dos voluntários que participaram dele, entre outros pontos – a pesquisa também foi feita com animais, por exemplo.
Assim, reafirmo aqui, junto à sociedade, que o uso de adoçantes como o xilitol pode, sim, beneficiar o controle glicêmico pós-prandial.
Juntos, “seguimos na recomendação principal de que o consumo ocorra dentro das quantidades seguras, que são estimadas considerando o peso corporal, e que o tipo de adoçante seja escolhido de forma individualizada ou conforme indicado pelo nutricionista, endocrinologia ou outro profissional de saúde especialista no tratamento de pessoas com diabetes.”
Para finalizar
Agora que você já sabe tudo sobre o xilitol, os seus reais efeitos colaterais e que ele não está diretamente associado a eventos cardiovasculares, compartilhe essa informação com quem também precisa saber.
Você pode copiar e enviar o link para a pessoa ou clicar em qualquer um dos botões abaixo, de compartilhamento nas redes sociais Facebook, X (antigo Twitter) e Linkedin.
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