O que é lipedema e quais os seus principais sintomas?
Recentemente, estive na reunião científica da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional ES (SBEM-ES), e o tema tratado por lá foi o lipedema.
Ao contrário do que muitos pensam, a condição não é sinônimo de obesidade, mas pode estar associada a ela. Também não é sinal de preguiça ou desleixo, viu?
O lipedema é uma doença das células gordurosas, com acúmulo progressivo de gordura inflamada nas pernas, braços e coxas, que pode afetar o emocional e autoestima do portador.
Acometendo principalmente as mulheres, o lipedema traz alguns sintomas comuns e formas de tratamento que envolvem abordagens multidisciplinares.
É sobre isso que iremos falar no conteúdo de hoje! Continue lendo para saber mais!
O que é lipedema
Como dito anteriormente, o lipedema é uma condição médica crônica que afeta principalmente as mulheres.
É caracterizado pelo acúmulo excessivo de gordura inflamada nas áreas das pernas, quadris, coxas e, em alguns casos, nos braços.
Geralmente, o lipedema afeta ambos os lados do corpo de forma simétrica, mas a gordura nessas áreas é distribuída de forma desproporcional, resultando em uma aparência de “pernas pesadas” ou “braços inchados”.
Embora a causa exata do lipedema não seja completamente compreendida, acredita-se que fatores hormonais, genéticos e hereditários possam desempenhar um papel importante no seu desenvolvimento.
Além disso, alterações no sistema linfático também podem estar associadas à doença.
Quais são os principais sintomas
Os sintomas do lipedema podem variar de pessoa para pessoa e ele pode progredir ao longo do tempo.
No entanto, alguns sintomas aparecem com mais frequência nos casos em que a condição é diagnosticada da forma correta.
Confira quais são os principais!
Acúmulo de gordura desproporcional
Como já dito anteriormente, no lipedema, pode-se acumular mais gordura em determinadas partes do corpo.
A mulher apresenta quadris e pernas grandes, em comparação com a cintura e a parte superior do corpo. As pernas podem parecer inchadas, mas os pés são de tamanho normal.
Ainda assim, vale pontuar novamente este sintoma aqui na lista, e ressaltar que este sintoma não está diretamente relacionado ao ganho de peso ou a hábitos alimentares inadequados.
Sensação de peso e dor nas pernas
Uma das queixas mais comuns das pessoas com lipedema é a sensação de peso e desconforto nas pernas.
Essa sensação pode ser descrita como uma sensação de fadiga ou peso constante, que piora ao longo do dia ou após períodos prolongados em pé ou sentado. A dor associada ao lipedema pode variar de leve a intensa e pode afetar a mobilidade e a qualidade de vida.
Sensibilidade ao toque
A pele afetada pelo lipedema tende a ser sensível e dolorida ao toque.
Atividades cotidianas, como vestir roupas apertadas ou receber uma massagem, podem ser desconfortáveis ou até mesmo dolorosas para as pessoas com lipedema.
Essa sensibilidade ocorre devido à inflamação e ao aumento do tecido adiposo nas áreas afetadas, e podem ocorrer episódios súbitos de inflamação.
Edema (inchaço)
A comorbidade também pode causar inchaço nas áreas afetadas, especialmente no final do dia.
Esse inchaço, que tende a diminuir após períodos de descanso e elevação das pernas, pode ser resultado da interação entre o tecido adiposo anormal, as alterações nos vasos sanguíneos e a possível disfunção do sistema linfático, que podem ocorrer associados ao lipedema.
Hematomas frequentes
Uma característica do lipedema é a maior propensão a hematomas.
As pessoas com lipedema podem desenvolver maior fragilidade dos vasos sanguíneos no tecido afetado pelo lipedema Essa fragilidade dos vasos sanguíneos pode ser uma das razões pelas quais o lipedema é frequentemente associado a hematomas frequentes e visíveis, não associados a contusões ou tramas locais.
Alterações na pele
A pele afetada pelo lipedema pode apresentar diminuição da elasticidade e irregularidades, como pequenos nódulos (lipomas) ou uma aparência de “casca de laranja” devido às células de gordura aumentadas.
Essas alterações na pele são resultado das mudanças estruturais do tecido adiposo e podem ser observadas visualmente e ao toque.
Formas de tratamento
Antes de avançarmos e falarmos das formas de tratamento adequadas para o lipedema, vale lembrar que, para garantir uma abordagem exclusiva e personalizada de acordo com cada paciente, o seu diagnóstico deve ser feito por profissionais de saúde especializados, como endocrinologista e metabologistas, dermatologistas, cirurgiões vasculares ou angiologistas.
Com isso dito…
No geral, o tratamento do lipedema costuma envolver uma abordagem multidisciplinar que visa aliviar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e retardar a progressão da condição.
As opções de tratamento podem incluir:
Alimentação adequada: estudos indicam que dietas que promovem redução da inflamação, são as mais indicadas, como a dieta do mediterrâneo.
Então, devemos priorizar alimentos naturais e minimamente processados, como verduras, legumes, ricos em antioxidantes, ômega 3 e fibras.
Alimentos processados e ultra processados devem ser evitados, pois aumentam a inflamação.
Por isso, a orientação nutricional no tratamento do lipedema é fundamental.
Medicamentos: alguns medicamentos devem ser considerados no tratamento, e outros evitados em pessoas com lipedema, como anticoncepcionais, chips hormonais, anabolizantes, corticoides, diuréticos e alguns antidepressivos.
Terapia de compressão: o uso de roupas de compressão, como meias ou calças compressivas, pode ajudar a reduzir o inchaço e aliviar os sintomas do lipedema.
Exercícios físicos: a prática regular de exercícios de baixo impacto, como caminhadas, natação ou ciclismo, pode ser benéfica para melhorar a circulação, fortalecer os músculos e reduzir a dor e a sensação de peso nas pernas.
Drenagem linfática manual: a terapia de drenagem linfática manual é uma técnica de massagem suave que ajuda a melhorar a circulação linfática e reduzir o inchaço. Essa terapia é geralmente realizada por um terapeuta especializado.
Cuidados com a pele: manter a pele limpa e hidratada pode ajudar a evitar infecções e promover a saúde da pele em áreas afetadas pelo lipedema.
Fora isso, dependendo do caso, intervenções cirúrgicas também podem ser recomendadas, e devem ser realizadas por um cirurgião plástico com experiência em lipedema. Não é uma lipoaspiração comum e, sim, um procedimento específico para o lipedema.
Vale ressaltar que, esta opção, no entanto, embora seja uma forma de tratamento para o lipedema, só deve ser realizada de 3 a 6 meses após o tratamento clínico com dieta adequada, exercício e medicamentos conforme cada caso.
O procedimento cirúrgico remove o excesso de gordura inflamada, e melhora a forma e o contorno corporal.
Para finalizar
Agora que você já sabe tudo sobre o lipedema, seus sintomas mais comuns e formas de tratamento, mande esse conteúdo, que está bastante em alta nos dias atuais, para quem também precisa saber.
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