Bombas de insulina: quem pode usar? - Drª Flávia Tessarolo

Bombas de insulina: quem pode usar?


Apesar de ser o tratamento mais efetivo para os diabéticos tipo 1, somente 1% desses pacientes utilizam bombas de infusão de insulina.

As bombas de infusão de insulina são dispositivos que injetam insulina de forma contínua, a partir de um reservatório, em um cateter, trocado a cada 3 dias, inserido no tecido subcutâneo do paciente diabético.

É por meio das bombas de insulina que “imitamos” o trabalho do pâncreas normal: com a insulina basal sendo “gotejada” minuto a minuto e a insulina prandial, que é aquela insulina “extra” que é produzida pelo pâncreas, durante as refeições.

Em relação ao esquema de múltiplas doses de insulina, a bomba tem a vantagem de ter a absorção da insulina mais previsível. O uso de um local de aplicação a cada 3 dias, reduz a variabilidade de absorção que ocorre quando fazemos o rodizio das injeções, além da bomba entregar insulina de forma programada e precisa, simulando um pâncreas normal.

Assim, é possível alcançarmos um bom controle glicêmico, com menos hipoglicemias graves, assintomáticas, e com isso, melhora da qualidade de vida.

Quais são suas indicações médicas e relativas?

1.    Pacientes com menos de 6 anos de idade.

2.    Pacientes menores e maiores de 12 anos de idade com mau controle glicêmico apesar do tratamento com múltiplas doses de insulina.

3.    Pacientes com hipoglicemias noturnas graves e frequentes.

4.    Hipoglicemias assintomáticas.

5.    Diabéticos propensos a cetose.

6.    Gravidez e/ou diabéticas que desejam engravidar, principalmente se não alcançaram um controle metabólico adequado.

7.    Grandes variações na rotina diária.

8.    Ocorrência do fenômeno do alvorecer com níveis de glicemia de jejum > 140 a 160 mg/dl.

9.    Ocorrência do fenômeno do entardecer.

10. Adolescente com transtornos alimentares.

11. Desejo de um estilo de vida mais flexível.

12. Atletas profissionais ou que competem

13. Complicações microvasculares (retinopatia, nefropatia, neuropatia periférica) ou fatores de risco para complicações macrovasculares (infarto, AVC).

14. Pacientes com dificuldade de manter múltiplas injeções por dia.

15. Dificuldade em normalizar a glicemia, apesar do monitoramento intensivo, com grandes variações da glicemia.

16. Gastroparesia.

17. Qualquer individuo motivado que deseje o auto controle.

Quais são as contra indicações?

1.    Pacientes com baixa capacidade de entendimento  ou que não tenham suporte familiar ou de apoio de enfermagem.

2.    Pacientes que não estão dispostos a medir a glicemia capilar no mínimo 3 vezes ao dia.

3.    Pessoas com problemas psiquiátricos.